Sobre mim um céu
tão azul...
tão profundo...
Um céu eterno
com o Sol frio do inverno.
Mais do que próximo
um céu que parece estar em mim.
Céu que me repousa
no instante em que o observo.
Ou seria eu o observado?
Sob mim, terra, grama, folhas secas.
Nós, imersos na falta de gravidade.
Galhos de árvores pouco floridas
dançam no ritmo do sopro do ar.
Eu aqui,
compondo a paisagem,
tão discreto quanto as aves
que, por perto,
pousam de passagem.
Sinto o pulsar da minha respiração
em harmonia com esse ar.
Um ar fluindo na cadência do florestar.
Sinto a minh'alma se acalmar.
De volta, novamente!
Aprisiona-me o tempo
que desperta a minha ansiedade.
Não há fuga.
Como todos,
vivo no compasso da sociedade.
Tempo que nos suga.
Não há fuga.
Desse céu azul terei saudade,
mas também ele sentirá a minha falta.