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pilha de livros

Dom às 9

Poesia nova todo domingo de manhã

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Foto do escritorBruno Lara

O seu poder partir crava em mim

uma angustiante insegurança,

medo de que eu não aguente

o palpitar de um tolo coração,

ainda inocente, crente

de que possa existir o amor perfeito

moldado pra gente.

 

Mas o seu real partir,

ainda que me dobre num sofrer

como um profundo corte na carne sensível,

me dá a confiança de que a dor latejante

não precisa matar,

talvez queira apenas torturar.


Posso sobreviver ao martírio,

ser mais forte com a sua ausência

suspender esse infortúnio delírio

com um novo sentido para a minha existência.


Mas, já aprendi que há vida na morte.

O poder partir

nada mais é do que um poder reexistir,

o que não me faz necessariamente mais forte,

mas, sim, levemente mais leve.

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Que delícia é o amar,

airoso sentimento

que faz afetuoso

qualquer combalido olhar!

Não posso imaginar

(e quem poderia?)

alguém por décadas trilhar

e na velhice se despedir

sem ousar

o seu coração compartilhar.

Talvez por medo, traumas

talvez por destino.

Que delícia é o amor,

seja ele às claras, platônico

ou clandestino!

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Um dia parece distante,

mas um dia um dia chegará.

E a nossa missão

cumprida ou não

cederá lugar

a outros aventureiros desavisados,

esperançosos,

por ora energizados.


Deixemos eles,

coitados!


Um dia se darão conta

de que faça o que fizerem,

a sua biografia, autoridade

a sua monta e o seu terno

não serão suficientes

para os fazer eternos.

Um dia.

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